quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A SALVAÇAÕ É PELA MISERICORDIA OU MERECIMENTO ?

Antes de iniciarmos o nosso estudo vamos buscar conhecimento da palavra chave da nossa meditação:
MISERICÓRDIA: Bondade, amor, graça de Deus para com o homem, manifestos no perdão, na proteção, no auxílio, no atendimento a súplicas. A disposição de Deus que se manifestou desde a criação, e o acompanhará até o final dos tempos. Virtude pela qual o cristão é bondoso para com os necessitados (Mateus 5.7 e Tiago 2.13), caridade, amor ao próximo.
O livro de Lamentações de Jeremias 3.22-23 expressa a imensurável misericórdia de Deus com o seu povo, observe: As misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã, grande é a tua fidelidade.
E a carta a Tito 3.4, 5, relata: Apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.
Essa mensagem evidencia que recebemos a oferta da salvação, não porque fôssemos merecedores por alguma obra que havíamos feito, mas pela misericórdia do Senhor, porque com a queda do homem no Éden, tornamo-nos inimigos naturais de Deus, o qual ofertou em sacrifício o seu próprio Filho para salvar o homem do pecado e da morte.
Ratificado na carta aos Romanos 5.7, 8, onde a Palavra afirma que poderá ser que por um justo, pelo bom alguém ouse morrer, mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Esta é a grande misericórdia de Deus, estando o homem morto no pecado pela sua insubordinação, o Senhor Deus prova o seu amor a essa ínfima criatura, não hesitou em oferecer o seu próprio Filho para salvação daquele que se tornou seu inimigo, ainda que para isso houvesse derramamento de sangue.
Porem, essa demonstração do amor de Deus ao homem, não assegura absolutamente que Ele irá tolerar o crente na prática do pecado, porque temos apercebido pregações indutivas de alguns líderes, anunciando um Evangelho fácil e sem compromisso com a verdade, sem participação nas aflições de Cristo, levando os seus fieis a crerem que a certeza da salvação está na fidelidade dos dízimos e ofertas.
Entretanto, Jesus disse: Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem (Mateus 7.13 e 14).
Não nos resta dúvida que a salvação é pela graça, mas a porta é estreita e o caminho apertado, por isso é necessário esforço, não pensando que o esforço traz merecimento, mas, o esforço para que mantenhamos viva a glória de Deus em nós por causa do corpo de corrupção que milita contra o Espírito Santo. Se não houver esforço, dedicação e vigilância, seremos tragados pela devassidão do pecado.
E os homens santos de Deus viveram nesse caminho apertado, deixaram exemplos levando em seus corpos o resto das aflições de Cristo, vejamos:
II Coríntios 1.5 o apóstolo Paulo declarou: Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo.
E em Colossenses 1.24, a Palavra diz: Regozijo-me, agora, no que padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja. O que foi confirmado em I Pedro 4.13, o qual relata: Alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.
Mas, atualmente muitos pregadores estimulam o regozijo do paraíso aqui na terra, tornando espaçosa a porta que o Senhor Jesus declarou estreita, não anunciam a verdadeira doutrina, não impulsionam o povo na busca ao arrependimento, a conversão e a santificação.
Os eruditos chegaram a um consenso que para alcançar a eternidade, não há necessidade alguma de transformação de vida, renúncia das coisas deste mundo e de um novo nascimento pela aspersão do sangue do Senhor Jesus. Então qual o sentido da exortação do Senhor sobre o passar pela porta estreita?
Há um confronto da palavra desses pregadores, relacionado ao Evangelho do Senhor Jesus, pois Ele mesmo disse: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.
Muitos líderes dispensam aos irmãos o compromisso de levarem a sua cruz, negar a si mesmo é ser desprovido de todo sentimento faccioso como a inveja, vaidade, ciúmes, avareza, soberba, concupiscência da carne, lascívia, ira, desejo de vingança, vícios e outros anseios abomináveis ao Senhor.
Negar a si mesmo é oferecer o outro lado da face, perdoar e amar os vossos inimigos, bendizer os que vos maldizem, fazer bem aos que vos odeiam e orar pelos que vos maltratam e vos perseguem. Ter a mesma humildade de Cristo, andar em santidade como Ele andou, guardando os seus mandamentos e fazendo a sua vontade.
A pregação da salvação pela misericórdia de Deus sem que nos esforçássemos para isso, é o fundamento da teoria da salvação predestinada (da qual não vamos aprofundar no mérito) e nesse caso, todo sacrifício do Senhor Jesus na cruz do Calvário para salvar o homem que estava morto no pecado, seria em vão.
No Evangelho de João 3.16, Jesus declarou a magnitude do seu sacrifício, observe: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.
O Senhor assegurou que ninguém nasce predestinado a justificação ou a reprovação. Ele se entregou em sacrifício para salvar todo aquele que nele crê, porque a salvação não virá por imposição, ela é oferecida de graça, pela aspersão do sangue do Cordeiro de Deus. E para isso, necessário é, primeiramente crer em Jesus como o seu único e suficiente e Salvador. Guardar os seus mandamentos, obedecer a sua Palavra, permanecer na sua verdade, perseverar na sã doutrina legada por Jesus.
A Palavra exorta para que andemos na luz, para não tropeçarmos nas obras da carne as quais são trevas. É indispensável na vida do crente, praticar e viver as obras do Espírito, porque fomos chamados à liberdade, e não podemos usar da liberdade para dar ocasião à carne, mas servir uns aos outros pela caridade.
Porque se já morremos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos; e não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado, mas apresentai-vos a Deus, como instrumentos de justiça.
Em I Coríntios 1.18, diz: Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
Mas infelizmente, muitos têm sido ludibriados e sucumbidos por não conhecerem as escrituras e nem o poder de Deus, pois querem apenas uma vida física e material farta, isentos da preocupação com a vida espiritual e desprovidos do interesse na busca a perfeição e a santificação para herdar a vida eterna.
E a Palavra de I Coríntios 15.19 adverte: Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
Louvai ao Senhor!

A NUDEZ QUE DEUS ABOMINA

A bíblia relata algumas circunstâncias envolvendo homens de Deus que, por falta de vigilância, acabaram sendo surpreendidos pela presença do Senhor, estando nus, e grandes foram os detrimentos em razão dessa negligência, pois acabaram submersos em situações complicadas e desconfortáveis.
Mas que espécie de nudez é essa mencionada na palavra, que também é abominação aos olhos do Senhor Deus? Seria porventura o desprovimento das vestes usadas para cobrir o corpo físico? Vamos meditar na palavra da verdade.
No capítulo 2 do livro de Gênesis, a Palavra narra que o Senhor Deus formou do pó da terra o homem, e deu-lhe também uma companheira. E ambos andavam nus, e não se envergonhavam. Mas sendo seduzidos e traídos pela serpente, que é o diabo, foram-lhes abertos os olhos, e conheceram que estavam nus, e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia, e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão e disse: Onde estás?
E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estava nu? Comeste tu, da árvore de que te ordenei que não comesses?
A palavra descrever que Adão e Eva antes de caírem no pecado, ainda na fase da inocência, viviam nus e não se envergonhavam, aliás, nem se davam conta desse estado, porque eram puros e não havia malícia entre eles. Porem, ao caírem no pecado, foram lhe aberto os olhos, então conheceram que estavam nus, porque o pecado havia entrado no homem pela sua desobediência, e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais para cobrir a vergonha.
Então o Senhor Deus os chamou, e eles temeram e esconderam-se de Deus, por sentirem-se desonrados. Mas a palavra cita que ambos coseram folhas de figueira e fizeram para si, aventais, antes de irem ter com Deus. Porem, aqui vem à revelação da Palavra, que ambos estavam nus, não das vestes materiais, porque haviam feito aventais, mas estavam nus dá graça de Deus, haviam sido despidos da couraça de Deus, e pela desobediência as ordenanças do Senhor caíram na maldição do pecado.
As conseqüências dessa rebeldia fora a mais terrível e catastrófica para toda história da humanidade. Deus amaldiçoou a terra porque o pecado havia entrado no homem.
A palavra declara (Gênesis 3.21) que fez o Senhor Deus para Adão e a sua mulher, túnicas de peles de animais e os vestiu. O Senhor já apontava que sem derramamento de sangue não haveria reconciliação para o homem, desde então morto no pecado, sendo necessário oferecer o seu próprio Filho em forma de homem, e, pela aspersão do seu sangue inocente, pagou a dívida que o homem havia contraído com Deus, e lhe proporcionou uma nova oportunidade para se redimir pelo arrependimento dos pecados, para todo aquele que n’Ele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna.
Outro episódio notável que evidencia o desconforto do homem surpreendido nu pelo Senhor, sobreveio no tempo da sua ressurreição, ocasião que apresentou-se vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando as coisas do Reino de Deus. E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, e esperassem a promessa do Pai, (disse Ele) de mim ouvistes (Atos 1.2-4).
Jesus lhes recomendava que aguardassem pela manifestação da promessa do seu Espírito Santo, que brevemente iria descer sobre eles, para ungi-los para a obra do ministério para que dessem continuidade na pregação do seu Evangelho.
Porem, antes de receberem a promessa do Espírito Santo, Pedro, acompanhado de outros discípulos foram ao mar de Tiberíades para pescar, retornando com as suas redes na sua antiga profissão, esquecendo da promessa do Senhor Jesus que os prometeu torná-los pescadores de alma.
Haviam lançado redes à noite toda sem nada apanhar, então veio o grande constrangimento, o Senhor Jesus aproximou-se e não O conheceram, surpreendeu-os na desobediência.
O livro de João 21.7, relata, que aquele discípulo a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro deu-se a conhecer Jesus, cingiu-se com uma túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar.
Pedro estava nu, não das vestes, pois cingiu-se com uma túnica, mas estava despido da graça do Senhor, pela sua desobediência, ficou envergonhado e lançou-se ao mar para se esconder do Senhor.
Estavam todos cansados e famintos, não haviam apanhado peixes nem para o próprio sustento, mas o Senhor Jesus Cristo, na sua infinita misericórdia, os alimentou, e os confortou naquele momento de dificuldade que se encontravam. Porem disse a Pedro:
Simão, filho de Jonas amas-me mais do que estes? E ele responde: Sim, Senhor tu sabes que te amo. Disse-lhe apascenta as minhas ovelhas.
Tornou a dizer-lhe pela segunda vez: Simão, filho de Jonas amas-me mais do que estes? E ele responde: Sim, Senhor tu sabes que te amo. Disse-lhe apascenta as minhas ovelhas.
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas amas-me mais do que estes? Simão entristeceu-se por ter dito a terceira vez. E o Senhor tornou a perguntar: Ama-me?
E disse-lhe: Senhor tu sabes tudo, tu sabes que te amo. Jesus disse-lhe: Então apascenta as minhas ovelhas.
Apascentar as ovelhas, essa foi a ordenança, por isso o Senhor Jesus Cristo repreendeu a Pedro com rigor, porque havia dito a eles que os tornaria pescadores de almas, e não mais de peixes, e quando retornaram à prática daquilo que não era da vontade do Senhor, foram surpreendidos, e Pedro lançou-se ao mar tentando ocultar-se do Mestre porque estava embaraçado.
ENquando Jesus perguntou a terceira vez a Pedro: Ama-me? A palavra revela que ele entristeceu-se amargamente, naquele momento veio o arrependimento, houve a verdadeira conversão, e Pedro sentiu a responsabilidade do seu ministério para fazer a vontade do Senhor, e apascentar as ovelhas de Cristo.
O Evangelho de Marcos 14:51,52, relata outro episódio de nudez, ocasião da prisão de Jesus um jovem envolto em um lençol sobre o corpo nu, O seguia na multidão e lançaram-lhe as mãos, mas ele, largando o lençol, fugiu nu.
Observem, aquele jovem, estava nu, mas não das vestes para cobrir o corpo, nu da graça do Redentor, porque quem tem Jesus ao seu lado não foge. Assim também hoje, há muitos seguidores de Jesus, mas estão nus da sua graça porque não guardam os seus mandamentos.
E certamente, no grande e terrível dia do Senhor lançarão mãos dos que estiverem nus, então, como aquele jovem, abandonarão o resto das veste e fugirão nu, da presença de Cristo.
COMO O CRENTE DEVE CINGIR-SE?
Portanto, é indispensável vigiar e orar em todo tempo para não sermos surpreendidos nus espiritualmente, diante da presença do Espírito Santo de Deus, para não cairmos dessa maravilhosa Graça. Que estejamos sempre com o lombo cingido com a verdade; vestido com a couraça da justiça, calçado os pés na preparação do evangelho da paz, tomando sobretudo o escudo da fé, o capacete da salvação, a espada do Espírito que é a palavra de Deus, e orar sem cessar.
E no livro de Isaias 61.10, vem a sustentação, que necessitamos estar cingidos da unção que vem do alto: Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, me cobriu com o manto de justiça, como um noivo que se adorna com atavios e como noiva que se enfeita com as suas joias.
Em Apocalipse 3.18 Jesus disse: Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vestidos, para que não ande nu e não se vejam as suas vergonhas (Apocalipse 16.15).